A revisão sistemática e meta-análise publicada no JAMA, intitulada “Variantes Farmacogenéticas e Concentrações Plasmáticas de Medicamentos Anticonvulsivantes”, investigou a associação entre variantes genéticas que afetam enzimas metabolizadoras de medicamentos e as concentrações plasmáticas de anticonvulsivantes como fenitoína, valproato, lamotrigina e carbamazepina. O estudo envolveu 98 estudos e 12.543 participantes e destacou a importância de considerar genótipos específicos ao prescrever doses de anticonvulsivantes. Acesse o artigo completo aqui 

Principais Aspectos da Revisão 

Importância e Objetivo 

A revisão enfatiza a importância de personalizar doses de anticonvulsivantes com base na capacidade metabólica individual, que é influenciada por variantes genéticas. O objetivo foi quantificar as diferenças nas concentrações plasmáticas de anticonvulsivantes associadas a essas variantes. 

Metodologia 

Os dados foram extraídos de bancos de dados como PubMed e ClinicalTrials.gov, abrangendo estudos de 1990 a 2023. A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos, incluindo genotipagem adequada e categorização baseada em genótipos. A meta-análise foi conduzida seguindo diretrizes estabelecidas, utilizando modelos de efeito aleatório para agregar resultados. 

Resultados Principais 

A análise revelou que os genótipos CYP2C9 e CYP2C19, que codificam enzimas metabolizadoras de baixa capacidade, estavam associados a aumentos significativos nas concentrações plasmáticas de fenitoína. As variantes genéticas associadas a valproato e carbamazepina mostraram relevância clínica marginal. Para fenitoína, aumentos nas concentrações plasmáticas foram observados em metabolizadores intermediários e fracos de CYP2C9 e CYP2C19. Em contraste, as variantes genéticas de valproato e carbamazepina apresentaram alterações estatisticamente significativas, mas clinicamente menos relevantes. 

Conclusões 

Os achados sugerem que a genotipagem preventiva para CYP2C9 e CYP2C19 pode melhorar a segurança do tratamento com fenitoína. No entanto, para lamotrigina, valproato e carbamazepina, a relevância clínica das variantes farmacogenéticas é limitada. A revisão propõe que as recomendações de dosagem baseadas em genótipos poderiam ser implementadas para fenitoína, mas não para outros anticonvulsivantes estudados. 

Implicações Clínicas 

Os resultados fornecem uma base científica para personalizar o tratamento com fenitoína, potencialmente melhorando a eficácia e segurança do tratamento. A genotipagem pode ajudar a evitar efeitos adversos e otimizar as doses iniciais, especialmente em pacientes com variantes genéticas que afetam o metabolismo. 

Limitações do Estudo 

A revisão reconhece limitações, incluindo a natureza observacional dos estudos incluídos, o que pode introduzir fatores de confusão. A heterogeneidade entre os estudos também foi significativa, o que pode influenciar os resultados. 

Relevância da Publicação 

Publicada na JAMA Network Open, uma revista de renome, esta revisão sistemática destaca a importância da farmacogenética na personalização do tratamento com anticonvulsivantes, fornecendo evidências robustas para futuras diretrizes clínicas. 

Em resumo, esta revisão sistemática e meta-análise destaca a importância das variantes farmacogenéticas no ajuste das doses de anticonvulsivantes, especialmente fenitoína, e propõe a incorporação de testes genéticos na prática clínica para melhorar os resultados terapêuticos. 

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