O artigo que resumimos hoje é muito especial, não apenas pela sua qualidade mas também porque, embora semanalmente muitos estudos sejam publicados no exterior, no Brasil ainda são raras as publicações de artigos que abordam o tema farmacogenética como importante auxiliar na melhoria da assertividade das prescrições dos tratamentos da depressão.
Fonte da Publicação:
O artigo intitulado “Analysis of depression in Brazil and the feasibility of incorporating pharmacogenomics as an auxiliary tool in antidepressant treatment” foi publicado na Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 2025; 61: e24142. Acesse o artigo original aqui.
Resumo
A depressão tem aumentado significativamente no Brasil nos últimos dez anos, tornando-se uma preocupação de saúde pública, especialmente após a pandemia de COVID-19. O tratamento tradicional da depressão envolve medicação e psicoterapia, mas muitas vezes requer múltiplas tentativas para encontrar a medicação correta, levando muitos pacientes a abandonarem o tratamento. Neste contexto, a farmacogenética surge como uma ferramenta potencialmente útil para personalizar o tratamento antidepressivo.
Principais Pontos Abordados
- Cenário Atual da Depressão no Brasil:
- A prevalência de depressão no Brasil aumentou de 7,6% em 2013 para 12,3% em 2023.
- Segundo o Vigitel 2022-23, embora tenha aumentado em todo o País as capitais com maior prevalência incluem Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Rio Branco e Curitiba.
- Farmacogenética no Tratamento da Depressão:
- A farmacogenômica pode identificar a medicação e dosagem mais adequadas com base no perfil genético do paciente.
- Testes farmacogenômicos focam principalmente nos genes CYP2D6 e CYP2C19, cruciais para o tratamento com antidepressivos.
- Benefícios Econômicos e Clínicos:
- Testes farmacogenéticos se mostraram custo-efetivos, sendo economicamente vantajosos, reduzindo eventos adversos e hospitalizações.
- Estudos mostram que pacientes tratados com base em testes farmacogenéticos têm maior chance de remissão dos sintomas.
- Desafios e Considerações:
- Acesso limitado aos testes no Brasil, com a necessidade de cobertura por planos de saúde.
- Falta de diversidade nos estudos farmacogenéticos, que são majoritariamente realizados em populações de origem europeia.
- Conclusões Importantes:
- A implementação de testes farmacogenéticos pode melhorar significativamente a qualidade do tratamento da depressão no Brasil, por substituírem a metodologia do ensaio e erro que muitas vezes levam ao abandono dos tratamentos.
- É necessário aumentar a diversidade nos estudos e promover a inclusão desses testes nos procedimentos cobertos por planos de saúde.
Conclusões
O artigo conclui que a farmacogenética tem o potencial de transformar o tratamento da depressão, oferecendo uma abordagem personalizada que pode aumentar as taxas de remissão e melhorar a adesão ao tratamento. No entanto, para que isso se torne uma realidade no Brasil, é preciso superar desafios relacionados ao acesso e à diversidade nos estudos. A conscientização e a inclusão de testes farmacogenéticos nos planos de saúde são passos cruciais para melhorar a saúde mental da população brasileira.
Palavras-chave: Depressão, Farmacogenômica, Testes Farmacogenômicos, Saúde Mental, Brasil.
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