O artigo “The Role of Pharmacogenetics in Personalizing the Antidepressant and Anxiolytic Therapy” por Milica Radosavljevic, Dubravka Svob Strac, Jasna Jancic e Janko Samardzic, publicado na revista Genes em 2023, explora como a farmacogenética, um componente essencial da medicina personalizada, pode otimizar a terapia com antidepressivos e ansiolíticos com base na assinatura genética individual do paciente (acesse o artigo completo aqui)
A pesquisa foca em variações genéticas que influenciam os processos farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos medicamentos, como as variações nos genes das enzimas metabolizadoras cytochrome P450 (CYP) e uridine 5’-diphospho-glucuronosyltransferase (UGT), transportadores ATP-binding cassette (ABC) como P-glycoprotein, e enzimas, transportadores e receptores metabólicos de monoaminas e ácido γ-aminobutírico (GABA).
Estudos recentes revelaram que decisões guiadas pelo genótipo podem levar a tratamentos mais eficientes e seguros. No entanto, a farmacogenética não explica todas as variações hereditárias na resposta aos medicamentos, levando ao surgimento da farmacoepigenética, que investiga como mecanismos epigenéticos podem influenciar a resposta individual aos medicamentos.
Principais Tópicos e Conclusões:
- Variabilidade Interindividual na Resposta a Medicamentos: A resposta significativamente variável entre indivíduos ao tratamento de distúrbios neuropsiquiátricos, como ansiedade e depressão, é um problema clínico significativo, com fatores genéticos desempenhando um papel crucial.
- Farmacogenética e Medicina Personalizada: A farmacogenética visa otimizar a terapia com base na genética individual, focando em variações genéticas que afetam a farmacocinética (absorção, distribuição, metabolismo e eliminação de medicamentos) e a farmacodinâmica (interações entre o medicamento ativo e seus alvos moleculares).
- Polimorfismos Genéticos e Resposta ao Tratamento: Pesquisas em farmacogenética sobre depressão e ansiedade concentraram-se em polimorfismos genéticos que afetam as enzimas metabolizadoras CYP e UGT, transportadores ABC como P-glycoprotein, e enzimas, transportadores e receptores metabólicos de monoaminas e GABA.
- Farmacoepigenética e Resposta a Medicamentos: A farmacoepigenética emerge como um campo que investiga como as modificações epigenéticas, que alteram a expressão gênica sem mudar o código genético, podem influenciar a resposta individual aos medicamentos, oferecendo novas perspectivas para a personalização do tratamento de distúrbios neuropsiquiátricos.
- Desafios e Perspectivas Futuras: Apesar dos avanços, a implementação da farmacogenética na prática clínica enfrenta desafios, incluindo o custo dos testes, a acessibilidade e a complexidade da interpretação dos resultados. Pesquisas futuras são necessárias para superar essas limitações e confirmar os achados atuais, potencializando a medicina personalizada no tratamento de distúrbios neuropsiquiátricos.
Em conclusão
A farmacogenética e a farmacoepigenética oferecem caminhos promissores para a personalização da terapia com antidepressivos e ansiolíticos, potencialmente melhorando a eficácia do tratamento e reduzindo os efeitos colaterais. No entanto, são necessárias mais pesquisas para integrar plenamente essas abordagens na prática clínica.
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