Em um importante artigo publicado no  JAMA Network Open no último dia 6.12.2024 (acesse o original aqui) os autores defendem ser inadiável a adoção dos testes farmacogenéticos pelas clínicas oncológicas nos tratamentos quimioterápicos, seja por não funcionarem para alguns pacientes, seja por conta dos efeitos tóxicos deletérios, aspectos que refletem também, de forma importante, na economia do sistema de saúde. Segue um resumo dos principais aspectos abordados.

Uma característica marcante das terapias medicamentosas contra o câncer tem sido o grande impacto dos efeitos tóxicos relacionados ao tratamento, desafiando os objetivos paliativos e até curativos dessas intervenções.

Efeitos tóxicos severos podem impedir que os pacientes completem seus cursos de tratamento na dose-alvo, potencialmente levando a hospitalizações e até fatalidades, ao mesmo tempo em que afetam negativamente a qualidade de vida e aumentam os custos de saúde.

Isso tem sido especialmente verdadeiro em cânceres gastrointestinais, onde as fluoropirimidinas (fluorouracil intravenoso e seu pró-fármaco oral capecitabina) e irinotecano são as quimioterapias principais. Aproximadamente 80% de uma fluoropirimidina administrada é inativada pela diidropirimidina desidrogenase (DPD), que é codificada pelo gene DPYD.

Resumo e Principais Ideias

Os autores destacam a importância da farmacogenética (PGx) na oncologia, sublinhando que a identificação genética pré-tratamento pode ajudar a mitigar os riscos de efeitos tóxicos severos em pacientes. A falta de adoção rápida dessa abordagem é criticada, apesar das evidências de que ela pode melhorar a segurança do paciente e reduzir custos. Eles argumentam que a resistência à adoção se deve a preocupações com a disponibilidade de testes, custos e impacto na eficácia do tratamento.

Principais Ideias Defendidas:

  1. Impacto dos Efeitos Tóxicos: Os tratamentos com fluoropirimidinas e irinotecano apresentam riscos significativos de toxicidade, que podem ser reduzidos com testes genéticos.
  2. Testes Genéticos: A genotipagem dos genes DPYD e UGT1A1 pode identificar pacientes em risco de efeitos tóxicos severos, permitindo ajustes de dose antes do início do tratamento.
  3. Exemplos de Quimioterápicos:
    • Fluoropirimidinas: Incluem o fluorouracil intravenoso e a capecitabina oral.
    • Irinotecano: Convertido pela enzima uridina difosfato glucuronosiltransferase isoforma 1A1 (UGT1A1).
  4. Evidências e Custos: Estudos mostram que a dosagem guiada por DPYD e UGT1A1 não compromete a eficácia do tratamento e é custo-efetiva. Os custos dos testes genéticos diminuíram e são cobertos por muitos planos de seguro nos EUA.
  5. Adoção e Diretrizes Clínicas: Apesar das evidências, a adoção de terapias guiadas por farmacogenética é lenta. No entanto, centros acadêmicos e comunitários líderes já incorporaram esses testes como parte do cuidado padrão.

Os autores concluem que, com a redução dos custos e a melhoria na disponibilidade dos testes, somados à evidência de que a farmacogenética pode evitar efeitos tóxicos graves sem comprometer a eficácia, não há mais desculpas para a lenta adoção dessa abordagem na oncologia.

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