Neste post, trazemos um estudo realizado na Rússia que usou a farmacogenética do CYP2C19 para orientar o tratamento de pacientes que sofreram Infarto Agudo do Miocárdio. O artigo original está em Russo, mas você pode obter a versão também em inglês aqui. https://almclinmed.ru/jour/article/view/1663

Local do estudo e metodologia:

O estudo foi realizado na Rússia, mais especificamente na Universidade Estadual de Medicina de Ryazan. Foi um estudo prospectivo, aberto e bicêntrico que incluiu 145 pacientes com idades entre 45 e 75 anos que sofreram infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST).

Os pacientes foram acompanhados por 5 anos após o evento inicial. Durante o primeiro ano após o Infarto Agudo do Miocárdio, todos os pacientes receberam medicamentos recomendados para melhorar o prognóstico, incluindo estatinas, clopidogrel como parte da terapia antiplaquetária dupla, betabloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina.

O estudo utilizou genotipagem por reação em cadeia da polimerase (PCR) com detecção eletroforética dos resultados para analisar o polimorfismo do gene CYP2C19. O prognóstico foi avaliado em dois momentos: após 12 meses e após 5 anos, considerando endpoints como morte por causas cardiovasculares e infarto do miocárdio não fatal recorrente.

Principais aspectos abordados:

  1. Impacto do polimorfismo do gene CYP2C19 no prognóstico de pacientes após Infarto Agudo do Miocárdio.
  2. Avaliação de desfechos a curto prazo (1 ano) e longo prazo (5 anos).
  3. Relação entre genótipos específicos (11, 12, 13, 23) e risco de eventos cardiovasculares.
  4. Importância da terapia antiplaquetária personalizada baseada em testes farmacogenéticos.

Conclusões importantes:

  1. Os genótipos 12 e 13 do gene polimórfico CYP2C19, responsável pelo metabolismo do clopidogrel, são fatores de risco para um prognóstico desfavorável em 12 meses após o IAMCST.
  2. Pacientes portadores dos genótipos 12 e 13 do CYP2C19 tiveram um risco 3,27 vezes maior de sofrer um infarto do miocárdio recorrente no primeiro ano após o evento inicial, em comparação com portadores de outros genótipos.
  3. A influência do polimorfismo do gene CYP2C19 nos desfechos diminui ao longo do tempo e não está associada ao prognóstico de 5 anos.
  4. Não foi encontrada influência dos polimorfismos avaliados na mortalidade geral e cardiovascular.
  5. Após 5 anos de acompanhamento, 13,0% dos pacientes morreram e 14,0% tiveram infartos do miocárdio recorrentes.

Importância do teste farmacogenético:

O estudo destaca a importância crucial dos testes farmacogenéticos, particularmente para o gene CYP2C19, em pacientes que sofreram Infarto Agudo do Miocárdio. Essa importância é evidenciada pelos seguintes pontos:

  1. Personalização do tratamento: O conhecimento do genótipo do paciente permite uma abordagem personalizada na escolha da terapia antiplaquetária, potencialmente reduzindo o risco de eventos cardiovasculares recorrentes.
  2. Identificação de pacientes de alto risco: Pacientes com genótipos 12 e 13 têm um risco significativamente maior de infarto do miocárdio recorrente no primeiro ano após o evento inicial. Identificar esses pacientes permite um monitoramento mais intensivo e possíveis ajustes no tratamento.
  3. Otimização da terapia no primeiro ano: O estudo mostra que o impacto do polimorfismo genético é mais pronunciado no primeiro ano após o Infarto Agudo do Miocário. Isso sugere que a implementação precoce de testes farmacogenéticos e a subsequente personalização do tratamento podem ser cruciais para melhorar os resultados a curto prazo.
  4. Potencial para redução de eventos adversos: Ao identificar pacientes que podem não responder adequadamente ao clopidogrel, os médicos podem considerar terapias alternativas, potencialmente reduzindo o risco de eventos cardiovasculares recorrentes.
  5. Melhoria do prognóstico a longo prazo: Embora o impacto do polimorfismo genético diminua após o primeiro ano, a otimização do tratamento inicial pode ter efeitos duradouros na saúde cardiovascular do paciente.

Em conclusão, este estudo ressalta a necessidade de uma abordagem personalizada o mais precoce possível na escolha da terapia antiplaquetária para pacientes pós-Infarto Agudo do Miocárdio. A implementação de testes farmacogenéticos, particularmente para o gene CYP2C19, pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar os resultados clínicos, especialmente no primeiro ano crítico após o evento. Isso representa um passo importante em direção à medicina personalizada no tratamento de doenças cardiovasculares agudas.

O teste farmacogenético da ConectGene é um painel que avalia até 155 medicamentos, inclusive os que foram objeto do estudo que resumimos. Confira a qualidade dos nossos relatórios, que prima por analisar genes e medicamentos com elevado nível de evidência científica, pois informações de baixo nível de evidência pode induzir o prescritor ao erro. Além de prestarmos assessoria técnica, sem custo, na interpretação dos laudos, somos o único laboratório que atualiza os relatórios com novos medicamentos e novas evidências publicadas, pelo menos uma vez por ano.  Saiba mais em: www.conectgene.com/farmagen 


As informações contidas neste site são fornecidas apenas como divulgação de informações gerais e não substituem o aconselhamento médico profissional, o diagnóstico ou o tratamento de um profissional de saúde qualificado. Sempre procure o conselho de seu médico ou profissional de saúde quando tiver dúvida sobre ingestão de medicamente ou condição de saúde.

WhatsApp chat