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Nesta semana apresentamos o resumo do artigo “Pharmacogenetics in metabolic diseases: The impact of cytochrome P450 variants on drug response” (2025). Acesse o artigo original aqui.
Farmacogenética em Doenças Metabólicas
1. Contexto e Objetivos
O artigo aborda a interseção crítica entre genética e farmacologia, focando especificamente no tratamento de duas das doenças metabólicas mais prevalentes: hipercolesterolemia e diabetes tipo 2.
O objetivo central é examinar como variantes genéticas nas enzimas do citocromo P450 (CYP) — responsáveis pela metabolização da maioria dos fármacos — influenciam a resposta individual aos medicamentos. O estudo visa demonstrar que a abordagem “tamanho único” na prescrição é ineficiente e arriscada, propondo a farmacogenética (PGx) como ferramenta essencial para prever eficácia e evitar Reações Adversas a Medicamentos (RAMs).
2. Metodologia
Os autores conduziram uma revisão sistemática seguindo a metodologia PRISMA. Foram analisados 63 artigos científicos publicados majoritariamente nos últimos 8 anos (com abrangência total de 25 anos), selecionados nas bases de dados PubMed e Scopus. O foco recaiu sobre estudos humanos que correlacionam polimorfismos nos genes CYP com a farmacocinética de estatinas e antidiabéticos orais.
As estatinas são a base do tratamento, mas apresentam alta variabilidade de resposta e efeitos colaterais, como os Sintomas Musculares Associados a Estatinas (SAMS), que levam ao abandono da terapia.
3. Principais Achados e Resultados
A. Hipercolesterolemia (Foco em Estatinas) As estatinas são a base do tratamento, mas apresentam alta variabilidade de resposta e efeitos colaterais, como os Sintomas Musculares Associados a Estatinas (SAMS), que levam ao abandono da terapia.
- CYP2C9 e Fluvastatina: Variantes alélicas *2 e *3 reduzem a atividade enzimática em 88% e 95%, respectivamente. Portadores desses alelos têm maior exposição sistêmica à droga e, consequentemente, maior risco de toxicidade muscular.
- CYP3A4/5 e Outras Estatinas: A maioria das estatinas lipofílicas (atorvastatina, sinvastatina) é metabolizada por esta via. O estudo destaca que variantes CYP3A53* (perda de função) resultam em concentrações plasmáticas significativamente maiores de sinvastatina, exigindo ajustes de dose para evitar toxicidade.
B. Diabetes Tipo 2
- Sulfonilureias (ex: Glibenclamida): Metabolizadas principalmente pelo CYP2C9. Pacientes com variantes de baixa atividade (*2 e *3) eliminam a droga mais lentamente, acumulando-a no organismo. O resultado é um risco elevado de hipoglicemia grave e prolongada.
- Glinidas (ex: Repaglinida): Metabolizadas pelo CYP2C8.
- Variante CYP2C83* (aumento de função): Acelera o metabolismo, reduzindo a eficácia terapêutica (o paciente não atinge o controle glicêmico).
- Variantes CYP2C82/4 (redução de função): Aumentam o risco de hipoglicemia.
4. Destaque: A Importância Estratégica da Farmacogenética
O artigo fornece validação científica robusta para o modelo de negócio de testes genéticos, destacando o estudo PREPARE (fevereiro de 2023). Este estudo implementou um “passaporte genético” na Europa e demonstrou que o ajuste de dose baseado no genótipo (especificamente CYP2C9 e SLCO1B1) resultou em uma redução de 30% nas reações adversas clinicamente significativas.
Para uma plataforma de Medicina de Precisão, isso traduz-se em:
- Segurança: Redução de eventos adversos graves (miopatias, hipoglicemias).
- Adesão: Menos efeitos colaterais significam menor abandono do tratamento.
- Eficiência: Evita a “tentativa e erro” na escolha da dose ou do fármaco.
5. Conclusões e Implicações
O estudo conclui que a variabilidade genética nas enzimas CYP é um determinante maior na falha terapêutica e toxicidade em doenças metabólicas. As diretrizes do consórcio CPIC (Clinical Pharmacogenetics Implementation Consortium) já recomendam ajustes específicos para certos pares gene-droga (como CYP2C9-fluvastatina).
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