Resumo e Perspectivas
Diversas estratégias para implementar a farmacogenética (PGx) nos cuidados de saúde são aplicadas em diferentes países ou mesmo nas diferentes regiões de um país específico. Este foi o caso da Espanha, um país europeu com 17 Regiões Autónomas e duas Cidades Autónomas, cada uma com capacidade para gerir os seus próprios sistemas de saúde. No entanto, nos últimos anos, foram lançadas muitas iniciativas e estratégias em Espanha para desenvolver diferentes aspectos da PGx. É importante salientar que o Sistema Nacional de Saúde aprovou um catálogo de testes PGx. Esta revisão destaca o trabalho crucial e os esforços das sociedades científicas (como a Sociedade Espanhola de Farmacogenética e Farmacogenómica), dos especialistas em PGx, dos prestadores de cuidados de saúde e das partes governamentais na implementação da PGx para personalizar a terapia do paciente, com foco na Espanha. Acesse o artigo na íntegra aqui.
Principais aspectos:
Sistema de saúde espanhol:
A Espanha possui um sistema de saúde descentralizado, com 17 Regiões Autônomas e duas Cidades Autônomas, cada uma com capacidade de gerir seu próprio sistema de saúde. Isso resulta em uma implementação desigual de iniciativas de farmacogenética (PGx) em todo o país.
Iniciativas nacionais:
1. Projeto IMPaCT: Infraestrutura de Medicina de Precisão associada à Ciência e Tecnologia, com investimento de 25 milhões de euros em Medicina Preditiva, Ciência de Dados e Medicina Genômica.
- Catálogo nacional de testes PGx aprovado pelo Sistema Nacional de Saúde, sendo o primeiro na Europa a nível de cuidados de saúde nacional.
- Sociedade Espanhola de Farmacogenética e Farmacogenómica (SEFF): Desenvolve diretrizes clínicas e recomendações para implementação de PGx.
Iniciativas regionais:
1. Andaluzia: Programa de Medicina Personalizada e participação em projetos europeus.
- País Basco: Comitê de Planejamento e Gestão para Medicina Personalizada e testes PGx em hospitais principais.
- Ilhas Canárias: Comissão específica para desenvolvimento de Medicina Personalizada.
- Castela e Leão: Unidade de Referência para Farmacogenética e Medicina de Precisão.
- Catalunha: Programa de oncologia de precisão e propostas para avançar no modelo de medicina personalizada.
- Extremadura: Projeto MedeA para implementação clínica de farmacogenética.
- Galícia: Fundação Pública Galega de Medicina Genômica centraliza testes genéticos.
- Madrid: Unidades de PGx em vários hospitais universitários.
- Navarra: Projeto PharmaNAGEN para implementação de PGx no sistema de saúde público.
- Comunidade Valenciana: Vários hospitais realizam testes PGx e participam em projetos de implementação.
Experiências em outras regiões do mundo:
- Estados Unidos: Projetos como eMERGE-PGx, IGNITE, PG4KDS e PREDICT.
- Canadá: Rede Canadense de Farmacogenômica para Segurança de Medicamentos (CPNDS).
- Países Baixos: Grupo de Trabalho Holandês de Farmacogenética (DPWG).
- França: Rede Nacional Francesa de Farmacogenética (RNPGx).
- Ásia: Rede de Pesquisa em Farmacogenômica do Sudeste Asiático (SEAPharm).
- Austrália: Consulta nacional para identificar prioridades de pesquisa em PGx.
- Reino Unido: Rede de Farmacogenética e Medicina Estratificada do Reino Unido.
Principais barreiras de implementação:
- Falta de conhecimento e experiência em PGx entre profissionais de saúde. Uma extensa pesquisa realizada por farmacêuticos holandeses mostrou que, apesar da aprovação geral do conceito de PGx (99,7 %), menos de 20% deles usaram o teste PGx ou se sentiram adequadamente informados sobre o teste PGx. No entanto, a maioria apresentou um interesse global (88,8 %) em receber treinamento adicional sobre PGx. Portanto, esse aspecto é considerado uma barreira fundamental para traduzir o PGx da pesquisa para o ambiente clínico.
- Necessidade de educação específica em PGx para clínicos.
- Falta de consenso claro em diretrizes e recomendações de diferentes grupos de especialistas. O consenso de rotulagem farmacogenômica acionável entre o FDA e a EMA/FM foi identificado apenas em 54% de 180 medicamentos com informações de PGx em ambas as entidades, isso porque nem todos os estudos clínicos da relação gene-medicamento possui evidência robusta.
- Ausência de um formato padronizado para relatórios de resultados de testes PGx.
- Alocação pouco clara de responsabilidades entre profissionais de saúde sobre quem deve discutir e aplicar resultados de PGx.
- Necessidade de um fluxo de trabalho bem definido para ordenar, interpretar e incorporar testes PGx nos registros clínicos dos pacientes.
- Regulamentação da UE sobre dispositivos médicos de diagnóstico in vitro (IVDR), que pode atrasar a implementação de PGx em laboratórios não adaptados.
- Considerações econômicas e de custo-efetividade dos testes PGx.
Em conclusão, apesar dos desafios, a Espanha tem feito progressos significativos na implementação da farmacogenética, com iniciativas nacionais e regionais promissoras. A aprovação do catálogo nacional de testes PGx representa um marco importante para a medicina personalizada no país.
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