O termo “polifarmácia” refere-se ao uso de concomitante de cinco ou mais medicamentos ou suplementos prescritos. Será que a farmacogenética tem um impacto importante na compreensão da efetividade, ou dos riscos, dos pacientes polifarmácia? Será que um teste farmacogenético consegue avaliar o perfil de um paciente que toma vários medicamentos num mesmo dia? E as reações adversas a essas medicações? Essas perguntas são muito importantes para compreendermos melhor a relação entre a farmacogenética e a politerapia medicamentosa.
O estudo “Polypharmacy, potentially inappropriate medication and pharmacogenomics drug exposure in the Rhineland Study“, publicado na revista British Journal of Clinical Pharmacology, trouxe a discussão sobre a ambiguidade do uso elevado de medicamentos que pode tanto aumentar a eficiência da terapia medicamentosa, quanto elevar o risco de reações adversas aos medicamentos. Esse estudo, especificamente, avaliou o uso de medicamentos e a prevalência de três fatores de risco para reações adversas: (i) polifarmácia, (ii) medicamentos potencialmente inadequados para idosos e (iii) variantes farmacogenéticas que afetam o metabolismo dos medicamentos. Confira o estudo completo aqui.
Delineamento Metodológico:
- Trata-se de um estudo transversal que tem como objetivo avaliar o uso de medicamentos e a presença dos fatores de risco mencionados em uma população de adultos.
- A amostra compreendeu uma grande coorte populacional (N= 5.000 pacientes – a partir dos 30 anos de idade), em Bonn, Alemanha.
- Os dados sobre os medicamentos (incluindo medicamentos sem receita) e as características dos participantes foram coletados através de entrevistas e analisados para:
- identificar padrões de polifarmácia;
- avaliar medicamentos potencialmente inadequados; e
- possíveis variantes farmacogenéticas.
Resultados Observados:
- População do estudo com 5000 participantes, com idade média de 55 anos e 57% mulheres.
- O uso de medicamentos foi declaradamente:
- Regular e contínuo para 66.0% dos participantes, aumentando para 87.4% (N = 1301) em participantes com idade ≥65 anos.
- Para os padrões de polifarmácia, houve uma taxa de 15.9% entre os indivíduos com uso de 5 ou mais medicamentos.
- O uso de medicamentos potencialmente inadequados foi observado em 6.4% dos casos.
- Frequência de 20.5% no uso de medicamentos farmacogenéticos influenciados por variantes farmacogenéticas.
- Com relação aos fatores farmacogenéticos:
- Foram utilizados principalmente medicamentos influenciados pelos seguintes farmacogenes: SLCO1B1 (10,1%), CYP2C19 (9,3%) e CYP2D6 (5,8%).
- Os medicamentos com influência por SLCO1B1 foram as estatinas, mais utilizadas por homens;
- Os medicamentos com influência por CYP2D6 foram principalmente antidepressivos e tamoxifeno, ambos mais utilizados por mulheres.
- O uso regular de medicamentos com esses marcadores aumentou com o aumento da idade: o uso foi de 41,6% em maiores de 65 anos e 12,6% em menores de 65 anos.
- Com relação aos fatores de risco para reações adversas:
- Participantes com menos de 65 anos – pelo menos um fator de risco: foi observado em 16.0% (IC 95%) dos indivíduos.
- Já para os participantes com ≥65 anos:
- Pelo menos um fator de risco: 54.1% (IC 95%)
- Pelo menos dois fatores de risco: 27.4% (IC 95%).
Os dados mostram que a prevalência de polifarmácia e o uso de medicamentos potencialmente inadequados são elevados entre os participantes. Já a análise farmacogenética revelou a presença de polimorfismos que afetam o metabolismo dos medicamentos, aumentando o risco de reações adversas.
Conclusões:
O estudo conclui que há uma necessidade significativa de monitorar e revisar o uso de medicamentos em populações adultas, especialmente com foco em polifarmácia e medicamentos potencialmente inadequados. Além disso, a inclusão de análises farmacogenéticas pode ajudar a personalizar as terapias medicamentosas e reduzir o risco de reações adversas
Dessa forma, a gestão cuidadosa da terapêutica poli medicamentosa, juntamente com a consideração das variações farmacogenéticas, é essencial para melhorar a segurança e a eficácia das terapias medicamentosas em populações adultas.
Revisão técnica: Dra. Carolina Dagli
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