Os inibidores de P2Y12, ou antiplaquetários, são muito utilizados para tratamento de síndromes coronarianas agudas (SCA) e angioplastia coronária (AC). O clopidogrel é um dos representantes de antiplaquetários mais utilizados. A relação entre a resposta ao clopidogrel e variantes no gene CYP2C19 está bem descrita e o teste farmacogenético de CYP2C19 já pode ser aplicado clinicamente para aumentar a segurança e efetividade do tratamento com esse medicamento.

Contudo, uma dúvida muito comum entre os profissionais de saúde é quando o teste farmacogenético deve ser feito. Afinal, é o melhor fazer o teste antes de o paciente iniciar a terapia (teste prévio) ou somente caso ele apresente eventos adversos (teste reativo)?

Um artigo publicado na revista Nature em 29 de fevereiro de 2024 demonstrou a utilidade do teste farmacogenético prévio de CYP2C19 nos resultados terapêuticos de pacientes que utilizam clopidogrel. O texto pode ser lido aqui.

A importância do gene CYP2C19 na resposta ao clopidogrel
A efetividade do clopidogrel pode ser afetada por variantes no gene CYP2C19. Pacientes metabolizadores lentos para CYP2C19 podem apresentar uma resposta reduzida ao clopidogrel, o que pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares adversos maiores. Por outro lado, metabolizadores ultrarrápidos podem apresentar eventos adversos, como sangramento.

Assim, o teste farmacogenético de CYP2C19 pode identificar em qual fenótipo (tipo de metabolizador) se encaixam esses pacientes, permitindo a troca para medicamentos alternativos que não dependem do metabolismo por CYP2C19.

O estudo

O estudo, conduzido pela Sanford Health nos Estados Unidos, investigou o impacto do teste prévio de CYP2C19 em comparação com o teste reativo na seleção da terapia antiplaquetária e nos resultados dos pacientes após SCA ou AC.

A pesquisa analisou retrospectivamente os dados de pacientes que receberam terapia com inibidores P2Y12 após SCA ou AC e foram submetidos ao teste farmacogenético de CYP2C19.

“Teste prévio” foi definido como o teste >7 dias antes da PCI ou SCA; “teste recente” foi definido como o teste até 7 dias antes da AC ou SCA (em sua maioria, reativos); e “teste tardio” foi definido como o teste realizado pelo menos 8 dias após a AC ou SCA (teste reativo).

Os desfechos analisados foram as seleções de inibidores de P2Y12 e se foram consistentes com os genótipos de CYP2C219 de acordo com as diretrizes clínicas de farmacogenética. Os desfechos secundários foram o escalonamento de dose ou troca de medicamentos após o início do tratamento. Por fim, o estudo também explorou a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores (MACE).

Principais resultados

O teste farmacogenético prévio de CYP2C19 levou a uma seleção inicial de inibidores P2Y12 mais alinhada às recomendações das diretrizes de farmacogenética do que para aqueles com teste recente e tardio. Portanto, o teste farmacogenético prévio tornou os pacientes com fenótipos de metabolizadores intermediários ou lentos menos propensos a iniciar o tratamento com clopidogrel.

Já para os pacientes com teste farmacogenético recente, 75% dos metabolizadores lentos ou intermediários que iniciaram tratamento com clopidogrel tiveram uma troca rápida de terapia para outros inibidores de P2Y12, dentro de 60 dias.

No grupo de teste tardio, 73% dos metabolizadores intermediários e lentos iniciaram o tratamento com clopidogrel, e apenas 23% tiveram troca de suas terapias. Logo, a falta do teste farmacogenético no início do tratamento expôs esses pacientes a risco de baixa resposta.

Não houve diferenças significativas nos resultados de saúde, incluindo a incidência de MACE e eventos hemorrágicos, entre os grupos de teste farmacogenético prévio e reativo, sugerindo que ambos os métodos são viáveis na prática clínica.

Importância do estudo

O estudo destaca a importância da integração da farmacogenética na prática clínica, demonstrando que o teste farmacogenético prévio CYP2C19 pode otimizar a seleção de medicamentos e evita expor o paciente a riscos. Portanto, o quanto antes o paciente puder realizar o teste farmacogenético, mais benefícios e menos riscos ele terá com suas terapias futuras.

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