O que é farmacogenética?
A farmacogenética (ou farmacogenômica) objetiva predizer como a variabilidade genética individual impacta a absorção de medicamentos e o metabolismo. Enquanto que um tratamento pode funcionar bem para um indivíduo, o mesmo tratamento pode ser ineficiente ou causar efeitos colaterais adversos em outro paciente.1,2
O custo dos efeitos colaterais dos medicamentos
Eventos adversos relacionados a medicamentos possuem um grave impacto na saúde
A taxa de incidência de eventos adversos relacionados a medicamentos na população de pacientes dos EUA é estimada em 6,7%3
Estima-se que os custos associados a esses efeitos adversos ultrapassem os U$ 100B4
As taxas de hospitalização de pacientes usando warfarina seriam reduzidas em 31% se os pacientes tivessem realizado testes farmacogenéticos6
Absorção de medicamentos
Transportadores de membrana são determinantes cruciais na absorção de medicamentos. A família dos polipeptídeos orgânicos transportadores de ânions é especialmente importante na mediação da absorção de muitos fármacos pelos hepatócitos. A variabilidade genética nos genes que codificam estes transportadores está associada a diferenças significativas na farmacocinética da absorção da droga. Por exemplo, um polimorfismo de nucleotídeo único no gene SLCO1B1 (codifica o OATP1B1) pode levar à absorção deficitária de muitas estatinas, incluindo a sinvastatina, pitavastatina, atorvastatina e rosuvastatina7. Além disso, a alta concentração plasmática de sinvastatina também está associada a um maior risco de miopatia induzida por medicamentos8
Os fenótipos dos metabolizadores
Pacientes que possuem variantes genéticas associadas ao rápido metabolismo de medicamentos (metabolizadores ultra-rápidos) podem beneficiar-se de altas doses para obter a resposta terapêutica desejada. Por outro lado, pacientes que possuem variantes que ocasionam a metabolização lenta da droga apresentam risco de intoxicação e estão duas vezes mais propensos a apresentarem efeitos colaterais adversos3. Por exemplo, três diferentes variações do CYP2C19 estão correlacionadas com a capacidade reduzida de metabolizar o antiagregante plaquetário clopidogrel e os portadores possuem um maior risco de apresentarem dificuldades cardiovasculares3. Um estudo recente focado em uma das três variantes (CYP2C19*2) mostrou que os portadores exibiram duas vezes mais chances de sofrer uma isquemia cardiovascular ou morte durante o período de um ano após o uso do medicamento9. Em resposta às evidências dos estudos, o FDA (Food and Drug Administration – EUA) agora recomenda aos médicos que considerem um tratamento alternativo para os pacientes da categoria metabolizador lento.
A maior incidência de toxidade em metabolizadores lentos também foi observada em diversos antidepressivos, incluindo desipramina, venlafaxina, amitriptilina e haloperidol. Além disso, um polimorfismo específico do CYP2D6 pode inibir o efeito analgésico de opioides como a codeína, tramadol e oxicodona3. De forma oposta, metabolizadores ultra-rápidos podem sofrer com níveis de toxidade letais dos mesmos opioides.
Fontes Adicionais
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Referências Bibliográficas
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